Compliance e boas práticas durante o uso massivo da computação em nuvem

*Por Ari Neto, Cloud Architect da Trend Micro

O uso das boas práticas é algo muito importante dentro do mundo da infraestrutura de TI, e em Computação em Nuvem é fundamental, porque tem alto impacto em Custos e Segurança. Claro, que é bem difícil pensar nisso desde o início, quando estamos preocupados em como conseguiremos resolver um determinado problema de negócio ou como vamos conseguir implantar aquela feature que o Product Owner (PO) acredita que terá um alto impacto na conversão e na experiência do usuário. Boas práticas, e... conformidade.

Particularmente não gosto como soa a palavra conformidade, porque parece que temos que seguir algo que faz sentido para as pessoas de processo e que para nós é algo a mais para fazer, mas que não vai ajudar muito. Mas se olharmos bem, assim como vemos no mundo científico e de engenharia, todas as normas tem um motivo. E observá-las garantirá um resultado mais consistente, constante e com mais previsibilidade ao longo do tempo. Não deveria ser: "precisamos fazer, porque vamos ser auditados". E quando estamos diante de problemas, alguém em algum momento vai falar se estamos com as configurações recomendadas... e se não, porque não as seguimos?

As boas práticas ou normas/regulações são coisas que sempre nos ajudam porque foram criadas usando experiências passadas. São baseadas em casos reais, em fatos. E auxiliam para que problemas do passado não ocorram novamente - e se ocorrerem, que ao menos teremos o mínimo de informação para poder entender o problema e planejar a resolução mais rapidamente.

Concordam que:

Dá para acompanhar os eventos conforme eles acontecem? Sim, e tem várias maneiras de fazer isso. Ferramentas permitem a visualização de todos os eventos de criação/modificação de infraestrutura, se eles estão afetando ou não a conformidade, etc. Mas dá ainda para ter visões ainda mais legais para ajudar a entender que tipo serviços estão com mais problemas. Imagine acompanhar o impacto na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) de perto assim.

Ou seja, temos tecnologia e várias opções para poder nos ajudar acompanhar isso em tempo real, podendo ser muito mais pró-ativo. Isso porque uma coisa é termos uma noção de que tem itens a corrigir/verificar, outra é poder ver isso ocorrendo em produção. Sabemos que comer fast food faz mal. Mas quando vemos o resultado do hemograma, temos que fazer algo a respeito. Os fatos estão visíveis.

Dá para acompanhar os itens de compliance como LGPD/GDPR em tempo real? Dá para comunicar os itens com problemas em tempo real para os times de forma pró-ativa e usando os mesmos mecanismos que eles usam para se comunicarem e acompanhar suas aplicações? Dá para analisar o Infrastructure as Code em busca de potenciais problemas? A resposta é sim, sim e sim para todas essas questões.

Nos Provedores de Soluções em Nuvem (CSP) temos vários serviços para nos ajudar a acompanhar as configurações. Exemplo: AWS Trusted Advisor, AWS Config, Azure Security Center, Azure Advisor, etc. Mas também há plataformas específicas para ajudar a trazer visibilidade para várias áreas e multi-cloud. A ideia aqui é, portanto, poder mostrar facilmente os pontos de melhoria/problemas tão logo eles ocorram e já dar subsídios mínimos para os times que podem verificar as ocorrências a entenderem, atuarem e/ou priorizarem em seu backlog.

Manter o ambiente de nuvem bem configurado durante a expansão em alta velocidade é possível e integrável ao dia-a-dia dos times de produto. E os benefícios podem ser vistos por todos, trazendo os benefícios do uso das boas prática para todo mundo.

*Ari Neto trabalha em TI há 19 anos, e há 7 com projetos de cloud. Com atuação em diversas áreas, ele possui experiência com infraestrutura, data centers, ciclo de vida de aplicações e arquitetura de cloud. Na Trend Micro, ele atua como Sales Engineer focado em cloud e DevOps em todo o país.